Seres humanos, únicos
animais dotados de racionalidade. Ter o dom da razão tornou possível aos
primeiros hominídeos sobreviver às agruras da Pré-História e assim
consequentemente sobressair-se as demais espécies de seres vivos. À medida que
os homens-das-cavernas foram fazendo pequenas (grandes) descobertas,
facilitando assim suas vidas, sobrava tempo para pensar, nosso maior privilégio
e ao mesmo tempo nossa maior tortura. Não é por acaso que apenas seres
pensantes têm problemas psíquicos (doença da vaca louca não vale). Descobrimos
a escrita e assim passamos da Pré-História para a História. O pensamento foi evoluindo
e a História precisou ser periodizada. Idade Antiga, seguida pela Média, Contemporânea,
Moderna e há correntes de antropólogos que defendem a tese de estarmos vivendo
numa nova era, é a evolução do pensamento que não cessa.
Se para os homens primitivos
havia apenas a opção de ser um caçador, atualmente existe um vasto leque de
ofícios e com a constante evolução tecnológica, novas profissões surgem a cada
dia. Qual carreira seguir? Na medida em que vai se aproximando a maioridade, aumentam
as pressões, tanto internas quanto externas. Fazer àquilo para qual se tem
aptidão ou optar pelas áreas mais rentáveis são apenas as duas primeiras
questões. Não obstante, nem sempre a família estará de acordo com o ramo que
seus pupilos decidem seguir (descendentes de famílias tradicionais de médicos,
advogados e alfaiates que o digam).
Quando se trata de paquerar,
pululam pontos de interrogação das cabeças de grande maioria dos bailarinos da
dança do acasalamento. Se no tempo das cavernas bastava ter um porrete para dar
início a um intercurso amoroso, atualmente constitui uma tarefa enormemente
complicada, embora o instinto selvagem ainda se faça presente nessas ocasiões.
Protuberâncias ou inteligência? Na hora do flerte a primeira opção costuma
falar mais alto mas, como seres pensantes que somos, bastam cinco minutos de
conversa para concluir se é apenas um corpo ou se além disso, vem como
adicional um cérebro atuante. Se todos fossem iguais não existiriam os
conceitos de feio e belo, estúpido e inteligente, tornando assim nossa
existência um tanto quanto monótona.
Todas as pessoas pensam (é o
que se espera), embora sob óticas diferentes a respeito do mesmo assunto. Esses
embates de ideias são responsáveis por simples discussões assim como por
devastadoras guerras entre nações. Viver em sociedade exige que os cidadãos
sigam a linha do “politicamente correto”, aqueles que pensam diferente não são
vistos com bons olhos. Até que ponto vale a pena ser uma
maria-vai-com-as-outras ou seguir o que a própria mente incita? Se na história
não houvesse corajosos que desafiassem o senso comum, ainda acreditaríamos na
teoria do nosso planeta ser quadrado.
Não tem como não pensar,
pensar é inerente a nossa espécie, portanto cabe a cada indivíduo dirimir suas
próprias inquietações evitando assim que o tempo passe e o sujeito encontrem-se
parado numa bifurcação, sem saber por qual direção seguir. A propósito, a vida
é cheia de bifurcações. Biscoito ou bolacha? Discussão que parece não ter fim
embora sejam a mesma coisa, porém enquanto uns desperdiçam tempo decidindo qual
nomenclatura é a correta, outros estão devorando-os.
Nenhum comentário:
Postar um comentário